Especialista explica táticas de marketing em possível camisa vermelha na Seleção
Lance! conversou com professor de marketing esportivo para levantar as possibilidades em torno da polêmica decisão

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Enquanto a novela sobre a escolha do novo técnico da Seleção Brasileira segue sem definição, a torcida concentra suas atenções num debate que quase não ter a ver com a disputa em campo, a não ser pelo fato de envolver qual cor vai representar o Brasil na próxima Copa Mundo. A possível camisa vermelha substituindo a tradicional azul abriu o debate nas redes e despertou a curiosidade de parte dos torcedores para entender quais estratégias ou táticas de marketing podem explicar esse movimento inesperado.
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A possibilidade de ver o Brasil vestindo uma cor inédita em campo precisa ser tratada no campo da especulação por enquanto, já que a própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF) negou em nota oficial qualquer definição de mudança de cor no segundo uniforme da equipe em parceria com a Nike. Entretanto, não impede que o tema seja debatido e algumas explicações sejam levantadas.
Afinal, essa seria a primeira vez que a Seleção Brasileira iria para um Mundial com uma camisa que tenha as cores da bandeira ou brasão da CBF. Para entender melhor as estratégias que podem explicar o movimento, o Lance! Biz conversou com professor de marketing esportivo da PUC-Rio, Luiz Léo, para levantar as questões envolvidas nessa possível mudança.
O ponto de partida para compreender essa alteração é entender que isso não é um movimento inédito no mercado do futebol de clubes ou seleções, principalmente na “era moderna do futebol”. Equipes como a Alemanha, por exemplo, já inovaram os segundos uniformes com cores que tem nada tem a ver com as cores da bandeira ou do brasão da federação.
O professor Luiz Léo explica que a definição para a criação onde um novo produto são levados em consideração uma série de aspectos técnicos, que envolvem desde a parte de pesquisa e levantamento de interesse do público até entender se o estilo, cor ou matéria prima têm um custo benefício positivo diante da projeção de mercado.

Para ele, não há dúvidas que a Nike, fornecedora da Seleção Brasileira desde 1996, ou por esse por esse processo para pensar na fabricação de qualquer peça feita para o Brasil na história - e com essa não seria diferente.
Entretanto, a mudança radical de cor pode indicar também um olhar para uma nova parte do mercado consumidor. Mercado esse que não tem necessariamente a ver com futebol, mas também na parte estética e até sociopolítica envolvida no país. Para o especialista, o mercado tradicional do futebol tende a se afeiçoar a produtos que tenham uma maioria afetiva ou nostalgia, enquanto outra parcela se mostra adepta às novas tendências.
- O ativo de seleção de futebol, de seleções esportivas em geral, é um ativo muito ligado a essa coisa da história, da tradição. Tem um olhar mais conservador para esse tipo de mercadoria. Você imagina que aquilo ali conecte a memória do cara. Quando você radicalmente muda, vamos para um lugar que a gente nunca esteve, é claro que você olha também para um outro perfil de público - destaca o professor.
Estratégia política na nova camisa?
A possível mudança de cor da camisa é uma estratégia bastante arriscada e carrega esse aspecto inovador. As estratégias por trás do movimento são tão arriscadas quanto à própria ideia, ao ponto de muitos espectadores levantarem a possibilidade dos envolvidos terem objetivos políticos ao lançar a peça, visto que existe uma polarização política no Brasil e a marca da equipe é usada como uma ferramenta desse meio.
Luiz Léo destaca que há, de fato, um cenário onde isso possa ser analisado e entendido como uma estratégia da então fornecedora da Seleção Brasileira para buscar novos públicos e aumentar a venda de um importante ativo.
Para defender a possibilidade dessa decisão estar atrelada, também, a um aspecto político, o professor retoma o fato de que são feitas inúmeras pesquisas de mercado e de comportamento da população que poderiam ter indicado uma tendência inédita a ser seguida. Entretanto, pondera que os personagens envolvidos nessa decisão não tomam decisões baseadas no imediatismo ou em indicativos simples da sociedade.
- Eles não fazem esses raciocínios tão imediatistas, entende? Eu acho que tem pesquisa, eles têm tudo isso por trás. Para CBF, eu acho que é um momento de muita turbulência, embora essa decisão também não tenha se tomado até hoje - afirma.
O que diz a CBF
Em nota oficial, a CBF afirmou que as imagens divulgadas de possíveis designs da camisa vermelha da Seleção Brasileira são falsas, apesar de não ter negado a existência de uma peça nessa cor no futuro.
- A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) esclarece que as imagens divulgadas recentemente de supostos uniformes da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026 não são oficiais. Nem a CBF e nem a Nike divulgaram formalmente detalhes sobre a nova linha da Seleção. A entidade reafirma o compromisso com seu estatuto e informa que a nova coleção de uniformes para o Mundial ainda será definida em conjunto com a Nike - diz a nota.
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